Estratégia e Governança da Empresa Familiar
Mesmo sendo a maioria, grande parte das empresas familiares não conseguem permanecer ativas por muito tempo. Cerca de 70% não sobrevivem à geração do fundador e apenas 5% chegam à terceira geração.
Economistas apontam dois grandes fatores para tais índices:
i) Falta de especialização e profissionalismo da gestão;
ii) Dependência dos recursos financeiros das famílias controladoras.
Em sua maioria, a consequência é o resultado de empresas pequenas e com curto prazo de vida, perecendo pela esmagadora competividade, dada sua ineficiência administrativa e sua limitação de acesso a capital.
Contudo, ao analisar algumas das maiores empresas do mundo que são comandadas por famílias que controlam o seu capital, citando: Ford Motor CO; Wal-Mart; Fiat; Carrefour, Michelin; BMW; e, ainda, empresas brasileiras, como: Ipiranga; Globo Comunicação e Participação Itaú-Unibanco; Cosan; Magazine Luiza, paira o questionamento:
“Por que algumas empresas familiares têm um sucesso tão retumbante, enquanto tantas outras fracassam?”
Primeiro, é necessário reconhecer o grande desafio da empresa familiar para assegurar seu sucesso e sobrevivência, que é CRESCER.
A incompreensão do essencial crescimento por parte de muitas famílias que controlam empresas é seu grande desafio, vez que é necessário para obter ganhos de escala que geram reduções de custos e eficiência em suas atividades, ganhando competividade no mercado. Outra razão, é a expansão da família, que passa a exercer uma pressão sobre a riqueza que a empresa gera, ocasionando disputas internas com relação a participação nesta riqueza, ou divergências sobre os rumos que a empresa deve seguir.
Da mesma forma, o crescimento é necessário para aumentar as disponibilidades de recursos para investimentos estratégicos, que garantem a sustentabilidade a longo prazo.
Contudo, não basta apenas o crescimento da empresa para garantir sua longevidade e competividade, pois com o crescimento, geram outros grandes desafios, como conflitos internos e externos, ou ainda, decisões estratégicas, percepções equivocadas da realidade, preconceitos, entre outros, e é justamente nesta etapa crítica que entra a questão da governança da empresa familiar.
Através de uma governança adequada, é possível minimizar grandes problemas, como a necessidade de gestão profissional, que frequentemente não se encontra no meio familiar à medida que a empresa cresce; esta necessidade envolve a sucessão da empresa, tanto do ponto de vista patrimonial quanto administrativo.
Em linhas gerais, o crescimento bem-sucedido da empresa familiar é a condição sine qua non para sua sobrevivência, e à medida que a empresa tem sucesso e cresce, ela depende cada vez mais de uma estrutura de governança adequada.